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Mostrando postagens de maio, 2023

Fim da linha

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Talita sentou-se em uma poltrona de frente para os pais e Armando começou a falar: – Minha filha, acho que todos sabemos o motivo dessa reunião de família e não preciso me alongar nisso, mas gostaria de deixar bem claro que não sou contra você ter seus namoricos aqui e ali. Entretanto, não posso aceitar que você transforme em um motel a sauna do nosso condomínio, pois lá é um local de uso comum e quem paga a multa e fica tendo de encarar os olhares dos vizinhos sou eu. – Porque você e a mamãe são hipócritas. Aliás, os moradores todos dessa espelunca são hipócritas. Não vejo a hora de sair daqui. Todo mundo faz isso, vira e mexe tem algum casal preso na sauna e já teve até dois casais que se prenderam lá dentro numa madrugada e nem preciso dizer o que eles estavam fazendo. – Talita – disse a mãe – não é porque todo mundo faz que você vai fazer também. – Eu lembro dessas situações todas e os casais, na época, foram punidos por excesso de barulho e, como eles eram inquilinos, o dono do ap...

O inferno de Talita

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Heitor e Talita ficaram sem saber o que falar e Caio continuou: – Não que eu tenha alguma coisa a ver com a troca de mensagens de vocês, mas tipo… A Talita deve imaginar sobre o que estou falando. Mas, fiquem à vontade pois só vim pegar a minha carteira e vou comer alguma coisa na cantina. Os dois seguiram em silêncio e, quando o irmão de Vitor saiu da sala, Talita foi atrás dele, o alcançou no corredor e os dois começaram a discutir: – Caio, não é nada disso. Eu mandei mensagem para falar do trabalho que ele está fazendo com você e… – Eu sempre desconfiei de você, já me falaram várias coisas e acho que a minha intuição está certa. Minha avó morreu, você não mandou nenhuma mensagem para o meu irmão e agora fica dando em cima do Heitor. Eu só espero que você não faça o Vitor sofrer, Talita. – Caio, não tem nada a ver. Eu gosto do seu irmão, mas a gente brigou e eu não quis me aproximar dele por causa da morte da avó de vocês. – Então me explica porque você ficou tão incomodada com o fat...

O início de um fim

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Quando Heitor terminou de explicar os detalhes das aulas perdidas, Caio disse: – Eu pensei que era algo muito mais difícil. Juro para você. – Ah, é coisa da famosa “primeira semana de aula”. Quase nada para anotar, mas o pouco que tem é importante para o semestre inteiro. O mais difícil e urgente é o trabalho. O resto é isso que te passei. – E você, cara? Como está a adaptação na faculdade e aqui em São Paulo? – Peguei um monte de matéria de manhã e vou fazer algumas à noite nos horários que não estiver na nossa sala. Venho para cá todo dia de manhã, praticamente. Mas, é do jogo e coisa de quem muda de cidade, estado… – E de faculdade. – complementou Caio. – Ontem eu fui na Avenida Paulista, naquele shopping que tem perto da estação Trianon, depois fui num outro shopping… Não lembro o nome, acho que é Frei Caneca, ou algo assim.  – Shopping Frei Caneca… Conheço, mas vou pouco, pois acho pequeno. São Paulo é uma cidade muito boa, bonita. Gosto bastante. Mas, sou suspeito de falar po...

Hora de ligar os pontos

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Enquanto Heitor olhava aquela imagem, por dentro sentia se corroer por memórias recentes envolvendo Talita e Bruna e, ao mesmo tempo, era como se seu coração houvesse reencontrado alguém muito especial. Por alguns segundos, observou a tela e se desligou do que o colega estava falando e só reconectou ao mundo real quando Caio disse: – Essa foto aí é recente. Tem uns nove ou dez meses. Ela já estava doente e quase começando a piorar. Mas, foi guerreira até o final. – Você lembra um pouco a sua avó. – conseguiu dizer Heitor, saindo do seu mundo de devaneios e devolvendo o celular ao colega de turma. – Meu irmão parece mais. Qualquer dia eu marco um barzinho com nós três e você conhece ele. – Caio, meu celular está vibrando. Eu vou ali atender e já volto. – mentiu Heitor como forma de encontrar uma justificativa para sair de perto do colega. Ele tirou o celular do bolso, fingiu atender e caminhou até uma escada de emergência próxima ao banheiro masculino. Subiu alguns degraus, sentou e dei...

Esse é o meu irmão

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Heitor não conseguiu disfarçar o nervosismo.  – Sou eu sim. Só um instante, por favor. – respondeu ele. Marina, muito atenta, disse: – O que aconteceu, maninho? – Marina, eu vou atender essa ligação e depois a gente conversa. Ele deu alguns passos para se afastar da irmã e disse, enquanto caminhava um pouco à frente: – Oi, senhor Armando. Pode falar. – Bom, desculpe ligar a essa hora no domingo de manhã, mas eu precisava muito falar com você. Antes de tudo, gostaria de pedir desculpas pela forma como te tratei naquele dia em que… Que… Que… Enfim, naquele dia em que a gente se encontrou aqui no condomínio. Eu pensei um pouco melhor e você não tem nada a ver com a questão envolvendo a minha filha. Concordo que vocês não deveriam estar ali e daquele jeito, mas não posso te culpar por algo que, descobri recentemente, vem ocorrendo com alguma regularidade e não apenas com você. Peço que me desculpe, mas não gostaria que se repetisse. – Tudo bem, senhor Armando. Eu agradeço muito a sua g...

O primeiro e último encontro

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Heitor olhou fundo nos olhos de Bruna e deixou o desejo falar mais alto. Os dois se entregaram a um beijo longo e, para quem visse de fora, apaixonado. Após alguns segundos, ela disse: – Vem comigo. Não vou te levar em nenhum lugar perigoso, a não ser que você queira. Tem um motel não muito longe daqui e a gente pode ir para lá, o que acha? Chamo um carro no aplicativo e em dez minutos a gente chega. Heitor concordou com a cabeça, enquanto sorria e beijava Bruna, disse: – Como você quiser. Minutos depois, eles chegaram em um motel na Avenida Frei Caneca e, quando entraram no quarto, ela se jogou na cama e disse: – Nas próximas horas, minha única preocupação é você. Heitor tirou a roupa e os dois se entregaram à intensa vontade que sentiam naquele momento. Sentiu por Bruna um desejo semelhante ao que havia dedicado à Natalie no passado, com a diferença de que não sentia nenhuma atração emocional. Era apenas o desejo carnal falando mais alto. Após três horas bastante intensas de prazer, ...

Verdades quase secretas

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Heitor olhou assustado para Bruna e ela continuou: – Bem, vocês estavam se pegando em um estacionamento. Qualquer um poderia ter visto, aliás. E por sorte mais gente da nossa sala não viu, o que seria bem pior. – Como assim? – indagou ele. – Eu estava no carro de um cara do curso de Publicidade. A gente fica bem raramente, nada demais etc. Bom, a gente estava se beijando, o clima começou a esquentar e ele queria me levar para um motel, mas eu não estava afim. Então, saí do carro, ele ficou lá se recuperando antes de ir embora e eu fui em direção à rua. No caminho, vi o carro da Talita e percebi que tinha gente lá dentro. Aí caminhei até perto dele, percebi que um movimento e, de repente, parou. Aí me escondi entre dois carros pois se ela me visse, iria fazer um escândalo. – Ah, então era você a pessoa que eu vi se aproximando e depois sumiu. – Uhum! Sorte de vocês que só eu vi. Pouco depois de sair do estacionamento, encontrei o Marcelo, ficamos conversando e ele disse que tinha ligado...